Ser Pioneiro
Imaginário
Quem é o Pioneiro? Ser pioneiro é…
É aquele que, depois da descoberta do mundo que o rodeia, é assolado por um sentimento de insatisfação, de um ímpeto de fazer diferente, de mudar, de inovar, que o leva a soltar-se do que considera supérfluo para pôr mãos à obra na construção e concretização do seu sonho, das suas ambições.
Mística
A Mística proposta para Pioneiros/Marinheiros resume-se na frase: A Igreja em Construção.
Pressupondo o reconhecimento de que o Criador é a fonte de todos os dons, considerando que Deus nos colocou neste mundo para realizar um projecto de felicidade para toda a Humanidade, e tendo por base, ainda, que a nossa participação nesse projecto tem origem na Aliança que Deus firmou com os Homens, o Pioneiro/Marinheiro começa a descobrir as consequências de ter caminhado em direcção à Terra Prometida. Ou seja, é hora de amadurecer a fé que professa, e é altura para redescobrir o significado do seu baptismo, mediante o qual foi configurado com Cristo.
O Pioneiro/Marinheiro descobre que ser membro de Cristo faz dele artífice da Nova Humanidade. Descobre ainda que é parte de um todo mais vasto e que, no respeito absoluto pela sua individualidade, ele é membro da Igreja, Corpo Místico de Cristo.
Provavelmente, será mais imediato o reconhecimento do valor da comunidade, numa escala menor, isto é, na equipa/equipagem. Depois desse reconhecimento, seguir-se-á a abertura aos outros e, num nível mais amadurecido, a consciência de que cada baptizado é membro activo da Igreja e que, portanto, tem um papel útil, necessário e insubstituível na Comunidade Cristã. É importante recordar que a Mística representa um ideal a alcançar no final da passagem pela terceira Secção.
Esta Mística sugere ao Pioneiro/Marinheiro que ele é chamado a colocar os seus talentos ao serviço da Comunidade e a assumir a tarefa de ser construtor de comunhão. Tem, por isso, um sentido profundamente eclesiológico.
Símbolos
Rosa dos Ventos – O símbolo identificativo da terceira Secção é a Rosa dos Ventos. Símbolo do rumo certo, da boa escolha e da decisão ponderada, é o símbolo daquilo que é a vida do Pioneiro/Marinheiro, nas suas escolhas, na sua atitude, no que quer dos outros. Portador de vontades, agregador de desejos e de disponibilidade, o Pioneiro/Marinheiro tem a vontade de, ele próprio, mudar o mundo e arriscar.
Gota de Água – Símbolo da pureza, símbolo do Pioneiro/Marinheiro, do jovem enquanto pessoa, indivíduo, que é transparente – consigo próprio e com os outros; que é alento e alimento para os que o rodeiam; que faz parte de um grupo juntando-se a outras gotas e tornando-se torrente.
Machada – Símbolo da construção e da acção, representa aquilo que é o potencial do Pioneiro/Marinheiro, das suas capacidades, da sua energia transformadora, do resultado final da combinação do que quer com o que sabe…
Icthus – O peixe simboliza Jesus Cristo. A palavra «peixe», em grego, escreve-se icthus e, esse símbolo foi adoptado pelos primeiros cristãos perseguidos com um sentido catequético/simbólico, em que cada letra é a inicial de uma palavra: «Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador» (Iesus Christos Theou Uios Soter).
A cor Azul identifica o Pioneiro:
- O Azul do Mar: a profundidade, o mistério, a energia.
- O Azul do Céu: o infinito, a excelência, a espiritualidade.
- O Azul do Horizonte: o desafio, a distância.
Patrono dos Pioneiros
São Pedro
Modelos de Vida
São João de Brito
S. João de Brito nasceu em Lisboa em 1647 e sofreu o martírio na Índia a 4 de Fevereiro de 1693. Este ilustre sacerdote jesuíta foi até à Índia em missão, onde ficou como responsável da comunidade de Madura e de Madrasta. O seu esforço de adaptação cultural aos costumes locais foi acentuado, mas sempre sem abdicar em nada dos princípios da fé cristã. Devido à sua firmeza, João de Brito encontrou o martírio, pois a novidade do Evangelho, com as consequências morais e éticas daí resultantes, fez deste missionário português uma figura muito «incómoda». S. João de Brito foi decapitado em Oriur, a mando do rajá de Marava por subverter a religião local.
Santa Teresinha do Menino Jesus
S. Teresa de Lisieux, ou S. Teresinha do Menino Jesus, nasceu em Alençon, França, em 1873 e faleceu em Lisieux, vítima de tuberculose, a 1 de Outubro de 1897. Teresa entrou para o convento carmelita de Lisieux, na Normandia, em 1888, onde já duas das suas irmãs se encontravam (sendo outras duas eram igualmente freiras). Tendo vivido muito poucos anos, S. Teresinha esforçou-se sempre por agradar e amar a Deus. A edição das suas memórias de infância, com alguns acrescentos da vida adulta («História de uma Alma»), produziu um enorme impacto na Igreja espalhada por todo o mundo, tendo tornado S. Teresinha numa das santas mais populares da época moderna, e padroeira das missões.
Santa Catarina de Sena
S. Catarina nasceu em Sena, Itália, provavelmente em 1347, tendo falecido em Roma a 29 de Abril de 1380. Foi sempre uma jovem alegre e cheia de vida, tendo conseguido resistir às tentativas dos pais de a fazer casar. Por volta de 1367, tornou-se membro da Ordem Terceira de S. Domingos, vivendo em casa e dedicando grande parte do seu tempo à oração. A sua experiência orante foi sempre muito intensa, havendo inclusive registo de vários arrebatamentos e experiências místicas. A sua forte experiência religiosa fez dela uma incansável construtora de comunhão e paz dentro da Igreja, tendo mesmo sido conselheira do Santo Padre. S. Catarina é considerada «Doutora da Igreja».
Grandes Pioneiros
Padre António Vieira: Notável padre jesuíta, do século XVII, escritor e orador português.
Florence Nightingale: Enfermeira britânica, dos séculos XIX e XX, famosa por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra.
Isadora Duncan: Bailarina norte-americana, nascida em 1877, considerada pioneira da dança moderna.
Albert Einstein: Físico alemão radicado nos Estados Unidos, vencedor do Prémio Nobel da Física em 1921.
Marie e Pierre Curie: Casal de físicos franceses galardoados com o Prémio Nobel da Física em 1903.
Oração do Escuta
Senhor Jesus,
Ensinai-me a ser generoso,
A servir-Vos como Vós o mereceis,
A dar-me sem medida,
A combater sem cuidar das feridas,
A trabalhar sem procurar descanso,
A gastar-me sem esperar outra recompensa,
Senão saber que faço a Vossa vontade santa.
Ámen.
Lei do Escuta
- A Honra do Escuta inspira confiança.
- O Escuta é Leal.
- O Escuta é útil e pratica diariamente uma boa acção.
- O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escutas.
- O Escuta é delicado e respeitador.
- O Escuta protege as plantas e os animais.
- O Escuta é obediente.
- O Escuta tem sempre boa disposição de espírito.
- O Escuta é sóbrio, económico e respeitador do bem alheio.
- O Escuta é puro nos pensamentos, nas palavras e nas acções.
Princípios do CNE
- O Escuta orgulha-se da sua Fé e por ela orienta toda a sua vida.
- O Escuta é filho de Portugal e bom cidadão.
- O dever do Escuta começa em casa.
Divisa
- Sempre Alerta
Promessa
Prometo, pela minha honra e com a graça de Deus, fazer todo o possível por:
- Cumprir os meus deveres para com Deus, a Igreja e a Pátria,
- Auxiliar o meu semelhante em todas as circunstâncias,
- Obedecer à Lei do Escuta.
Organização
- Os elementos são denominados Pioneiros.
- Os Pioneiros estão divididos em Equipes de 4 a 8 elementos.
- Denomina-se Comunidade a Unidade formada pelas Equipes de Pioneiros.
- Cada Comunidade tem duas a cinco Equipas.
- Cada Equipe designa-se por um nome de um Santo da Igreja, ou um Benemérito da Humanidade ou um Herói Nacional, cuja silhueta figura na bandeirola e no distintivo da Equipe.
- A cor representativa desta secção é o Azul.