São João de Brito

joao1Nascido em Lisboa, a 1 de Março de 1647. Filho de Salvador de Brito Pereira e de D. Brites Pereira, descendentes da família de D. Nuno Álvares Pereira. Aos dois anos de idade fica órfão de pai. Aos nove, depois de uma infância bastante melindrosa – era de natureza frágil – entra no paço como pagem, ficando ao serviço do Infante D. Pedro. Já nessa altura se revela diferente dos outros rapazes da mesma idade: reza e estuda, não cuidando das coisas vãs.

Aos onze anos fica gravemente doente. Quase sem esperança, a mãe invoca S. Francisco Xavier e promete que, se o filho melhorar, ele vestirá, durante um ano, a roupa dos padres missionários da Companhia de Jesus.

joao2Salva-se… e, uma vez vestida aquela roupa, não mais a quer largar. Pede para ser admitido na Companhia de Jesus, o que só consegue depois de vencer grandes dificuldades, levantadas principalmente na corte, onde não se querem ver privados do seu agradável convívio, e por sua mãe que sabe quanto ele é fraco fisicamente.

A 17 de Dezembro é, finalmente, admitido. Onze anos depois, a seu pedido, é missionário nas piores regiões da Índia, onde desenvolve uma actividade particularmente notável: conversões, baptismos, comunhões, etc., contam-se aos milhares.

É perseguido várias vezes. Chega a estar preso e a ser condenado à morte. A execução, porém, não se realiza. Mas, uma vez em liberdade, sem se atemorizar, continua o seu apostolado. Por toda a parte, o espanto e o respeito acompanham a sua actuação.

joao3As autoridades pagãs, contudo, apertam o círculo da perseguição e, dentro em pouco, é nova e definitivamente preso. Quando lhe comunicam que vai ser executado, alegra-se porque vai morrer pelo Senhor.

A 4 de Fevereiro de 1693, na cidade de Urgur que lhe serviu de cativeiro, é executado a golpes de cimitarra. Morre tranquilamente, dando graças a Deus.

Durante a sua missão em terras da Índia, só uma vez veio à Metrópole, e por ordem que lhe foi dada. Nessa altura, tudo fizeram para o reter por cá, até o próprio rei que o queria para educador dos seus filhos infantes, mas sem resultado. À vida cómoda da Corte, preferia a incerteza das terras ásperas da Índia, onde a “sementeira” do Evangelho ainda estava por fazer.

É o nosso Patrono, porque, na sua vida soube vencer os obstáculos, atravessou os mares para ir ao encontro dos outros, reflectiu seriamente sobre a sua vocação que, uma vez descoberta, nunca abandonou. Espelha bem na sua vida toda a mística dos Pioneiros, simbolizada na gota de água, na machada e no rumo certo da rosa-dos-ventos.