“Na vara que se abrem dois caminhos 
Aceitamos propostas de opcção,
Sabendo que nunca vamos sozinhos
Quando é por Cristo, a decisão.
Mochila às costas, com o pão e a palavra.
Levamos tenda, prontos para partir.
Guia-nos um fogo, que não se apaga,
Que acende no lenço, a cor do SERVIR”.
 

Na letra desta canção compreendemos parte do ideal de ser caminheiro, isto é busca incessante do Homem Novo. Pretendi viver este ideal durante 2 anos que estive presente no Clã. O tempo que estive lá foi pouco, mas deu para perceber que ao ser uma jovem caminheira me devo emancipar e relacionar-me com a vida, de modo a que um dia fosse capaz de ter uma visão alargada, para que eu própria conduzisse e impulsionasse a minha própria canoa.

Eu fiz uma escolha e, assim encontrei o meu próprio caminho. O meu curso, amigos, família e namorado ajudaram-me a perceber conscientemente que para uma elevação de vida é preciso sacrifício e por isso pus-me ao serviço.

Para chegar até aqui percorri um caminho longo da minha vida. Com 10 anos entrei para os escuteiros, não é que fosse da minha livre vontade, mas a minha progenitora e o Chefe Paiva atentavam-me sempre a cabeça. O que é certo é que neste momento sem os escuteiros, a minha vida não tinha tanto significado. Muitas das experiências vividas ao longo destes anos são lembranças que levo sempre comigo. O objectivo de tornar o mundo melhor, como Baden-Powell nos ensinou fez com que eu me tornasse uma melhor pessoa.

No agrupamento conheci pessoas, lugares inesquecíveis e amigos que ficaram para sempre. Chefes que caminharam comigo, dando-me todo o seu apoio e companheirismo. Estiveram presentes tanto nos bons como nos maus momentos, eles merecem um lugar de destaque no meu coração.

Seguir este novo caminho é o que me proponho, sem medo de enfrentar algum obstáculo, pois um escuteiro nunca é apanhado de surpresa, pois ele sabe exactamente como actuar, quando algo acontece sem se esperar.

É tempo de avançar e rumar a novos desafios. Não tinha qualquer sentido manter-me no Clã já que sou mais importante e necessária a desempenhar outros papéis como os mais jovens. Em termos de disponibilidade nem sempre é fácil, porém darei sempre o meu melhor.

“Ninguém passa pela vida, tal como não passa por um pedaço de Terra, sem deixar marcas, e essas marcas podem muitas vezes ajudar aqueles que atrás dele vêm a encontrar o seu caminho”.

Para acabar um muito obrigado a todos vós que fazem parte desta comunidade. É com carinho que também quero agradecer a todas as pessoas, com quem tive o prazer de conhecer, crescer e viver como escuteira. Um agradecimento especial aos dirigentes que com quem eu sempre pude contar e que são uma peça importante do puzzle da minha vida. A toda a minha família que me apoiou e ajudou. O segredo do meu sucesso reside totalmente nos meus pais.

Agrupamento 867 Alcanena
no seu Discurso de Partida para a Paróquia, em 10 de Dezembro de 2011